Caramujo-gigante-africano

Achatina fulica (Bowdich, 1822)


Reino: Animalia (Metazoa)
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda 
Ordem: Stylommatophora
Família: Achatinidae

Características
O Achatina fulica, popularmente conhecido como caramujo-gigante-africano ou caramujo-africano, é um caracol que apresenta uma carapaça com formato ovalado-cônico, caracterizada por uma ponta fina. A coloração predominante é castanha, com a presença de listras (manchas) verticais, irregulares e claras distribuídas por toda a superfície da carapaça. O tamanho médio dos indivíduos adultos varia entre 7 e 12 centímetros, podendo atingir até 20 cm, e possui peso aproximado é de 100 gramas.  
Foto: Alisson F. (Portal de Zoologia, PE).

Distribuição e habitat
É uma espécie exótica e invasora originária da África, e representa uma ameaça à agricultura, à saúde pública e ao meio ambiente. O caramujo-africano foi introduzido de maneira ilegal no estado do Paraná, em 1988, com o objetivo de competir com a atividade de cultivo dos escargots tradicionais pertencentes ao gênero Helix, mas isso acabou não se viabilizando economicamente. A partir desta primeira introdução, o Achatina fulica se disseminou por outras regiões do país, adaptando-se rapidamente a novos ambientes e causando danos significativos. O mesmo aconteceu em outros países.
Esta espécie alimenta-se de uma grande variedade de plantas, desde folhas e frutos até cascas e raízes.

Hábitos
O caramujo-africano apresenta um comportamento predominantemente noturno, buscando, durante o dia, abrigo em locais que ofereçam proteção contra a luz solar direta e o calor excessivo. Tem preferência por locais úmidos e ricos em matéria orgânica, podendo ser encontrados, muito bem adaptados, aos mais variados ambientes naturais e antrópicos, urbanos e rurais.
São encontrados mais comumente, aderidos em superfícies duras e verticais, como troncos de árvores, rochas ou paredes, onde permanecem em repouso.

Reprodução
Esta espécie em questão apresenta algumas características reprodutivas e comportamentais particulares e o período reprodutivo dessa espécie está associado ao verão, quando as condições ambientais são mais favoráveis. 
Trata-se de um animal hermafrodita, ou seja, possui os órgãos reprodutivos masculinos e femininos em um mesmo indivíduo. No entanto, a autofecundação é um evento raro, e geralmente a reprodução ocorre pelo cruzamento entre dois indivíduos. Após a cópula, os ovos são depositados no solo, sendo enterrados ou parcialmente enterrados. Essa estratégia reprodutiva garante proteção aos ovos contra predadores e variações climáticas. Após a eclosão dos ovos, atingem maturidade sexual em 4 a 5 meses e possuem alta capacidade reprodutiva, principalmente em períodos chuvosos, podendo colocar cerca de 200 ovos por postura e ter entre 4 a 5 posturas por ano.

Curiosidades
Por possuir uma dieta muito variada, o caramujo-africano pode causar prejuízos consideráveis à agricultura, afetando plantações de diversas culturas. Além disso, o contato com a mucosa do animal pode transmitir parasitas causadores de doenças como a meningite eosinofílica e a angiostrongilíase abdominal.

Referencias

CEARÁ. Secretaria da Saúde. Caracol Africano: Manual técnico ilustrado para vigilância da Achatina fulica.  
Disponível em: https://www.saude.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/9/2022/02/Manual-Caracol-Africano-1.pdf. Acesso em: 27 jan. 2025.

SANTOS, F.A. et al. Ocorrência e distribuição de Achatina fulica em zona urbana de Penedo, Alagoas, Brasil. Eng. Sanit. Ambient., v. 27, n. 3, Maio-Jun. 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/esa/a/XsFZXszWY4dBj68WBLDhsJd. Acesso em: 27 jan. 2025.

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