Saboneteira

Anodontites trapesialis (Lamarck, 1819)

Reino: Animalia (Metazoa)
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Ordem: Unionoida
Família: Mycetopodidae


Características

Apresenta corpo dentro de um par de conchas (valvas), por isso são classificados como bivalves. Podem chegar a mais de 20 cm, com coloração externa variando de marrom-escura a verde-pálido. Seu peso não é especificamente detalhado, mas é um molusco robusto. Passa por metamorfose, com larvas (lasidium) parasitando peixes de água doce antes de se tornarem adultas. Sua longevidade máxima é de 14 anos.

Foto: Arquivos do Projeto Coleção Zoológica, IFSC Câmpus Criciúma, 2025.

Foto: Arquivos do Projeto Coleção Zoológica, IFSC Câmpus Criciúma, 2025.


Distribuição e habitat

Ocorre amplamente na América do Sul, incluindo diversas bacias hidrográficas no Brasil. Ocorre em ecossistemas de água doce, preferindo rios de baixa velocidade, lagos marginais, lagoas e açudes, geralmente em substratos de areia fina, lama ou lodo.


Hábitos e dieta

Vive no fundo de corpos d'água, semi-enterrada em substratos macios como lama ou areia, locomovendo-se lentamente com seu pé musculoso e atuando como filtradora da água. Sua dieta consiste primariamente de fitoplâncton e detritos orgânicos em suspensão.


Reprodução

Se reproduz como uma espécie hermafrodita simultânea, com fertilização interna. Seus ovos desenvolvem-se em larvas chamadas lasidium, que são parasitas obrigatórios de peixes de água doce para completar sua metamorfose antes de se tornarem moluscos adultos livres.


Curiosidades

Possui grande importância ecológica ao filtrar a água, contribuindo para sua qualidade e servindo como bioindicador. Sua fase larval parasita peixes estabelece uma conexão ecológica vital, mas podem comprometer a produtividade em locais de piscicultura. 

Economicamente, podem ser utilizadas para consumo humano, embora isso não seja muito comum. Suas conchas podem ser utilizadas para artesanato ou moidas para produção de fertilizantes e ração animal. 

Como curiosidade, seu nome popular se refere à textura de suas conchas, e seu tipo de larva (lasidium) a distingue de outros bivalves de água doce.


Referências 


MUSEU NACIONAL (BRASIL). UFRJ. Anodontites trapesialis. Rio de Janeiro, [s.d.]. Disponível em: https://www.museunacional.ufrj.br/dir/exposicoes/zoologia/zoo_invertebrados/zoo_moluscos/zoomol021.html. Acesso em: 30 jun. 2025.


SILVA, J. S. et al. Crescimento e longevidade de Anodontites trapesialis (LAMARCK, 1819) (Bivalvia: Mycetopodidae) no rio Paraopeba, Minas Gerais, Brasil. Oecologia Australis, Rio de Janeiro, v. 20, n. 4, p. 385-397, dez. 2016. Disponível em: https://oecologiaaustralis.org/wp-content/uploads/2019/12/2016_v20n4_06.pdf. Acesso em: 30 jun. 2025.


PAULA, N. M. et al. Aspectos do desenvolvimento embrionário da Anodontites trapesialis (LAMARCK, 1819) (Bivalvia: Mycetopodidae) e a larva lasidium. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 23, n. 4, p. 1007-1013, dez. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbzool/a/4b4nJ7R5dNZwzBwLgXY6v4x/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 30 jun. 2025.






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