ABELHA-MANDAÇAIA
Melipona quadrifasciata Lepeletier, 1936
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Hymenoptera
Família: Apidae
Características
Seu nome vem do tupi "vigia bonito" ou "guardião do mel", uma referência à sua natureza defensiva, mas não agressiva. Apresenta corpo preto com faixas amarelas no abdômen mede cerca de 10–11 mm, e não possui ferrão.
A mandaçaia é uma abelha nativa sem ferrão muito dócil e adaptada a climas variados, que produz mel de excelente qualidade e levemente ácido.
![]() |
| Fonte: Arquivos do Projeto "Na trilha do desenvolvimento sustentável", 2025. |
Distribuição e habitat
A abelha mandaçaia é nativa do Brasil, sendo comumente encontrada em biomas como a Mata Atlântica e o Cerrado. Ela constrói seus ninhos dentro de cavidades naturais em árvores, utilizando uma mistura de cerume (cera e resina) e geoprópolis (barro e resina) para formar uma estrutura de formato oval ou cilíndrica.
São abelhas sociais que vivem em colônias de tamanho moderado, com populações que variam de 300 a 1.500 indivíduos, organizadas em uma sociedade composta por uma rainha, operárias e zangões (machos).
![]() |
| Ninho para as crias. Fonte: Arquivos do Projeto "Na trilha do desenvolvimento sustentável", 2025. |
![]() |
| Reservatório de mel. Fonte: Arquivos do Projeto "Na trilha do desenvolvimento sustentável", 2025. |
Uma característica marcante do ninho é a sua entrada, que possui o formato de um pequeno tubo, construído com barro ou cera escura.
![]() | |
|
Hábitos
A abelha mandaçaia é conhecida por seu comportamento muito manso, mas defende seu território repelindo intrusos com voos intensos e circulares ao redor do possível invasor, podendo até mesmo mordiscá-lo com suas mandíbulas robustas.
Por ser um inseto socialmente desenvolvido, suas operárias desempenham funções específicas na colmeia de acordo com a idade. As mais jovens, de coloração mais clara, dedicam-se ao cuidado das crias, permanecendo nos favos para aquecê-las. Em um segundo estágio, passam a abastecer as células com alimentos e participam ativamente da construção dos favos. Conforme amadurecem, assumem tarefas como a construção de potes de armazenamento, limpeza da colmeia, vigilância e recepção de recursos. Por fim, quando atingem estágio mais avançado, tornam-se forrageiras (ou campeiras), encarregadas de coletar e transportar néctar, pólen, barro e resina para o interior da colmeia.
O néctar é armazenado em sua vesícula melífera (pré estômago), enquanto os demais materiais são transportados em suas corbículas, estruturas localizadas nas pernas traseiras.
Reprodução
Na colmeia de mandaçaia, as operárias podem desenvolver os ovários e botar ovos. Se esses ovos forem postos antes da rainha botar, ela os come. Já os ovos que as operárias colocam depois da postura da rainha viram zangões, porque a larva do macho se desenvolve mais rápido.
A rainha fértil, com seu abdômen bem desenvolvido, anda devagar pelos favos, sempre cercada por operárias que a servem. As células onde nascem as operárias e as rainhas são do mesmo tamanho. Mesmo em uma colônia normal com uma rainha fértil (fisogástrica) e saudável, rainhas virgens (chamadas de princesas) podem eclodir, mas as operárias as eliminam rapidamente. Se não forem eliminadas, essas princesas saem para acasalar em voos nupciais. Após a fecundação, o abdômen da nova rainha sofre um aumento significativo, o que impossibilita seu voo. Ela então retorna à colmeia e, depois de alguns dias, começa a botar ovos. É fácil reconhecer uma rainha virgem: ela não tem as listras amarelas no abdômen, sua cabeça é um pouco menor e sua cor é marrom. Eventualmente, pode acontecer de uma princesa substituir a rainha antiga.
Curiosidades
Pesquisas indicam que a geoprópolis (mistura de barro com resinas) usada na construção do ninho possui propriedades antibacterianas e antifúngicas, protegendo a colônia.
É considerada vulnerável devido à destruição de seu habitat natural (Mata Atlântica e Cerrado) e à captura predatória de enxames.
Referências
RANIERI, D. B.; CARVALHO, C. A. L.; SILVA, F. O. Plano de manejo da abelha sem ferrão Melipona quadrifasciata (Meliponini, Apidae, Hymenoptera). Infoteca-E: 2021. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1163496/1/AINFOCIT-98-Plano-de-manejo-da-abelha-sem-ferrao-Melipona-quadrifasciatafinal-10-04.pdf. Acesso em: 17 set. 2025.
Melipona quadrifasciata (Mandaçaia). RA-BUGIO. Disponível em: https://www.ra-bugio.org.br/ver_especie.php?id=778. Acesso em: 17 set. 2025.





0 Comentários